terça-feira, 12 de março de 2013

Humano, demasiado humano


- Eu já participei de um ritual destes - disse ela - Tive que me enfiltrar no meio deles e participar de tudo. Eu precisava pegar o homem que enganou e violentou a minha filha. É uma coisa horrível: eles têm algum tipo de acordo com o vigia do cemitério para que, quando uma criança for sepultada, ele os avise. Então, vão lá à meia noite, desenterram o corpinho da criança e realizam o ritual.
- E como é isso?
- Cravam um punhal no coração da criança, separam a cabeça do corpo e banham o corpinho dela com o sangue de um bode preto criado só para essa finalidade. Eles também bebem o sangue do bode. Depois, a enterram novamente.
- Deus do céu...ainda existe gente assim no mundo...
- Triste é quando o corpo é exumado e os pais encontram a criança daquele jeito, com a cabeça separada do corpo e o punhal cravado no peito.
- E você não os denunciou?
- O próprio delegado fazia parte do grupo. E tinha muita gente influente também...

(Jan Robba em "O livro das esquisitices")

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