quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Belo Monte(de mentiras)

O dia 12 deste mês é assinalado nos livros como o dia da descoberta da América por Cristóvão Colombo. Seria hora então, aproveitando esta data tão festiva, de colocar algumas verdades. Na realidade, no dia 12 de outubro de 1492(se é que foi este dia mesmo) teve início a invasão da América, o que significa algo bem diferente do que ainda se conta nos livros de histórias para boi dormir. Os invasores não encontraram aqui um território vazio, mas habitado por uma população considerável e de avanço cultural e técnico maior ou menor, de norte a sul das Américas. Logo, não houve descobrimento. Se assim fosse, deveríamos então falar também na descoberta da China, da Índia, etc. Se então considerarmos as coisas deste ponto de vista, temos necessariamente que reconhecer que esta invasão ainda não foi consumada, mas encontra-se ainda em curso e tão feroz e implacável quanto no seu início. Penso que este processo infelizmente só terminará quando o último nativo destas terras tiver sido embranquecido e suas terras tomadas. Enquanto isto não ocorre, o que se pode esperar é a violência sistemática e todo o tipo de safadezas, trapaças e falcatruas por parte do Governo Brasileiro, dos Pecuaristas, Agricultores, colonos e, naturalmente, missionários cristãos. Afirmar-se o "Descobrimento da América" é fazer passar desapercebido este processo e toda a violência que neste mesmo instante está se praticando contra os legítimos donos desta terra.
Consta de uns documentos antigos que uma das coisas que mais impressionaram(e, naturalmente, indignaram)os colonizadores portugueses ao chegarem ao Brasil foi o modo de vida dos nativos. Estes, andavam nus ou quase; às vezes possuíam mais de uma mulher; alimentavam-se esporadicamente de carne humana e não trabalhavam(pelo menos da maneira européia como se entende o trabalho). Pode-se dizer que todo dia era domingo e que havia uns domingos em que os nativos trabalhavam em prol da tribo e outros domingos em que não precisavam fazer coisa alguma a não ser garantirem suas refeições. Ora, é aí que entra o papel decisivo dos padres e missionários, como linha de frente das hordas invasoras: era necessário catequizar os nativos, para transformá-los em pecadores(porque só conhece o pecado quem é cristão)e, assim, "comerás o pão com o suor do teu rosto", como está dito na Bílbia Sagrada. E trouxeram na bagagem uma invenção genial: a semana de sete dias. Eram seis dias para o nativo trabalhar para os brancos em regime de escravidão ou semi, e um dia para este mesmo nativo ir à igreja dos brancos agradecer ao deus dos brancos pela vida miserável(de brancos)que estava levando.
Temos aí hoje uma questão que se diz "estratégica" para o país: a construção da Hidrelétrica de Belo Monte, dentro de uma área indígena já há muito demarcada. É evidente que uma investigação minuciosa mostrará o que há realmente por trás deste mega-empreendimento. É um empreendimento que interessa a muitos setores, a saber: as grandes empreiteiras, as madeireiras, os pecuaristas, as mineradoras, governantes corruptos, etc. Em minha opinião, apesar e mesmo a despeito de toda uma grande mobilização nacional e internacional contra esta obra, ela vai sair e vai ser a prova mais evidente do que eu afirmei ainda no início deste texto: a invasão ainda não foi consumada...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A Imprensa e a verdade.

"O verdadeiro papel da imprensa não é, como muitos acreditam, manter o cidadão informado, mas fazer com que este pense e se comporte de uma maneira específica. E para tanto, poderá até dizer a verdade, se necessário"

A morte do "ditador"

Ontem foi anunciada a morte(execução) do Coronel Muammar Kadhafi a qual, se confirmada, marca mais uma vitória da política intervencionista dos Estados Unidos e seu braço armado, a OTAN, em um assunto para o qual não foram solicitados e sobre o qual não têm o menor direito de intervirem, ou seja: a política interna de outros países. Uma primeira constatação é a de que a administração Barak Obama, na qual o mundo inteiro depositou esperanças, não representa mudança alguma em relação ao desastre que foi a administração anterior(leia-se: Bush/Skull and Bones). Jornais e Tevês de todo o ocidente anunciaram a morte do "ditador", mas é muito fácil referir-se como "ditador" ao homem que revolucionou a Líbia, transformando-a em uma potência no Oriente médio, jamais baixando a cabeça para os EUA e a sua quadrilha de cães famintos europeus, quando este mesmo Oriente médio, com exceção do Irã, abriu as pernas desavergonhadamente aos interesses americanos. É, por outro lado, contraditório e uma flagrante falta de vergonha na cara chamar de ditador ao Coronel Kadhafi, esta mesma imprensa subserviente, que apoiou até o último instante não só a ditadura no Brasil, mas em todas as partes do mundo. E então temos aqui uma segunda constatação: toda a grande imprensa ocidental, tal qual foi revelado há poucas semanas pelo Wikileaks, está completamente comprometida com os interesses do governo Americano, ao qual serve fielmente. E a ONU? Onde estava? A resposta é: em lugar nenhum, pois faz parte de sua política omitir-se quando sua presença se faz mais necessária.

*Cabe aqui um adendo: referí-me à Líbia como sendo parte do bloco conhecido como Oriente médio pois, embora localizada no norte da África, assim como o Egito, este país tem mais a ver com o Oriente médio do que com a África, o que justifica referir-me a ele como tal.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Filosofando XVIII

"Só a estupidez anseia pela eternidade. Um estúpido é capaz de passar a eternidade inteira desejando um dia vir a ser eterno".


Jan Robba

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Os portões do Paraíso I

"Eu era feliz e não sabia...". Muitos de nós certamente já ouvimos esta frase um dia. Permanece, no entanto, um mistério o fato de jamais termos ouvido alguém dizer: "Eu era infeliz e não sabia...". O sujeito que é infeliz tem perfeita consciência de sua infelicidade. A mim soa um tanto contraditório que aquilo que o ser humano mais busca seja o mais desconhecido para ele, a ponto de, quando ele o tem nas mãos, não ter consciência disso. Estranho também é o fato de alguém raramente dizer que É feliz, mas sempre que ESTÁ feliz, como que reconhecendo que a sua felicidade é um estado passageiro, no mar de infelicidade que é a vida na Terra. Por outro lado, me parece que o ser humano sabe muito bem o que é ser infeliz. É até possível que sejamos especialistas em infelicidade, de uma vez que a reconhecemos quando o menor dos seus sintomas se apresenta.
Você está disposto a dar até a sua última gota de suor e toda a sua saúde em troca da felicidade. Mas, o quê você vai fazer com esta merda? Já parou para se perguntar sobre isto? E você já parou para pensar que, enquanto arruina a sua saúde e o seu espírito seguindo como um louco uma invenção de padres perversos, como uma criança correndo atrás de bolas de sabão, não vê a verdadeira felicidade escapando entre os seus dedos?
É possível que o grande problema do ser humano seja uma ingratidão crônica que o impede de ver como tudo é bom, belo e justo e o faz viver com os olhos voltados para um futuro onde com toda a certeza ele NÃO será feliz. E é lá mesmo neste futuro que ele dirá entre as lágrimas que só um idiota sabe derramar: "Eu era feliz e não sabia...".

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A cruz que carrego I

Ontem um cara alugou meus ouvidos para dizer que o Cordel e o repente são um lixo, que ele odeia as tradições nordestinas, etc...Pecou duas vezes: uma, por falar merda no meu ouvido, sem o menor conhecimento desta cultura riquíssima que é a do Nordeste; a outra foi se achar mais importante do que a minha cerveja. Dei razão a ele(que é a maneira mais eficiente de a gente se livrar de gente imbecil) e fui beber e conversar com gente que justifica o ar que respira.