quarta-feira, 9 de março de 2011

Democracia e a guerra das mídias

Novamente vem à tona o tema da Democracia, motivado talvez pela questão líbia, da qual sabemos apenas uma pequena parte, e a qual nossos cérebros já devidamente condicionados são levados a considerar mais do que suficiente. Podemos juntar, para efeito de pensar essa tal Democracia, a questão líbia mesma e a questão cubana, entre outras. Eis uma interessante questão: Se a Democracia é, por definição, um sistema regido pela vontade popular, e a população de um certo país quer no governo um homem que a nossa mídia chama de ditador, o regime deste tal país é uma ditadura ou uma democracia? A imprensa Russa dá conta de que a “rebelião” na Líbia não é bem como se propaga aqui pelo Ocidente, pois começa em um território de fronteira e parece contar com uma “ajudinha” dos amigos(leia-se: OTAN). E isto me lembra muito bem o desmonte da extinta URSS a partir da Polônia. Na capital e nos outros grandes centros, entretanto, esta “rebelião” não tem o menor respaldo. Mais do que uma “revolta” pré-fabricada, o que se pode ver é, a exemplo da cachorrada que foi o assalto ao Iraque, uma guerra midiática, da qual sairá vencedor aquele que souber melhor se impor em termos de propaganda. Quanto à imprensa Brasileira e ocidental, de modo geral, pelo teor do noticiário, sabe-se muito bem que a imparcialidade passou ao largo e pode-se inferir de quem ela está(ou sempre esteve) a serviço. É muito interessante a situação paradoxal na qual o governo líbio foi colocado: se reagir aos grupos “rebeldes” com a energia que considerar cabível, é acusado perante o mundo de déspota , sanguinário e anti-democrático, justificando assim uma intervenção por parte dos “defensores do bem e da justiça”, tão déspotas, sanguinários e anti-democráticos quanto; se aceita o avanço da investida “rebelde”, apenas confirma que é déspota, sanguinário e anti-democrático. Mas no fim quem perde não são apenas os Iraquianos, Iranianos, Líbios, Norte-Coreanos, etc: somos nós, que nos vemos cada vez mais em poder(e completamente indiferentes a nós mesmos) daqueles que manipulam a opinião pública a seu bel prazer. Vale aqui então uma releitura do conceito moderno de Democracia: Um sistema regido pela vontade popular, a qual deve ser sistematicamente manipulada pela propaganda(ou pode se tornar perigosa...).



(Jan Robba em:"O livro das esquisitices")

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