sábado, 19 de fevereiro de 2011

A nave

- Acorde...pode abrir os olhos...
- Onde estou?
- Espere um pouco até recobrar inteiramente a sua consciência...
Já havia se passado uma hora e meia, desde que ele entrara por aquela porta, desta vez decidido a acabar de vez com o seu tormento.
- Como está se sentindo?
- Bem...feliz...feliz...muito bem...
- Veja isto. - E abriu a enorme folha de papel pardo diante dele, cujo olhar tentava, sem sucesso, apreender aquela enormidade de linhas e símbolos.
- O quê é?
- Foi você mesmo quem desenhou enquanto estava em transe. Veja aqui no canto: é a sua assinatura, que eu pedi para que você depois tivesse certeza. Reconhece a sua assinatura?
- Reconheço sim, mas o quê é isso?
- É, segundo você mesmo disse, a planta do objeto que você, durante o seu transe, disse que o sequestrou. Está vendo estes símbolos ali no alto à direita? É uma mensagem que supostamente lhe foi passada, mas não me pergunte qual a finalidade disto, porque eu não sei. Está escrita em um alfabeto completamente estranho para mim. É uma espécie de escrita cuneiforme. Você mesmo traduziu esta mensagem e a gravação está nesta fita aqui.
- E o quê diz a mensagem?
- Olha, você estava péssimo quando veio me procurar. Você passou dois anos sem dormir direito, sem se alimentar direito e quase foi parar num hospício por causa disto. Deixe pra lá...não quero que fique pior...


(Jan Robba em:"O livro das esquisitices")

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