Hoje completa-se um mês desde que o Brasil e o mundo assistiram a uma das maiores tragédias em número de vítimas fatais que este país já conheceu e então, depois de toda aquela comoção nacional regada a holofotes, câmeras e altos índices de audiência que via de regra precedem atitude nenhuma, acho oportuna uma pequena reflexão acerca de uma calamidade que vem assolando este país já desde tempos imemoriais, e com a qual o povo parece não se importar ou, por puro oportunismo ou preguiça mesmo, finge ignorar: a falta de profissionalismo ou, em outras palavras, esta espécie de otimismo cínico e inconsequente na qual o brasileiro em geral tornou-se ou já era especialista. Eu explico: Tomemos como pedras de toque para a compreensão dos fatos aquelas que são consideradas as três causas clássicas de acidentes, a saber, a imperícia, a imprudência e a negligência e, já de pronto, teriam que ser chamados a prestar esclarecimentos e responsabilizados desde o governador do estado até o acéfalo que acendeu um sinalizador dentro da boate, incluindo-se aí naturalmente o prefeito, os fiscais da prefeitura, os donos do estabelecimento, os seguranças e seu chefe, etc, já que todos pecaram em pelo menos uma das causas acima. Eu não diria deles que são amadores, pois não me parece decente confundí-los com aquela classe admirável de pessoas que amam o que fazem e procuram fazê-lo da melhor maneira possível, merecendo com toda a justiça o nome de artistas. “Lambões” é, a meu ver, o termo que mais se presta para definí-los. Sem querer matematizar demais diremos, junto com os estatísticos, que a fatalidade é apenas uma probabilidade que não foi calculada. O que não quer dizer de modo algum que esta probabilidade não exista. Mas ninguém na realidade precisa se envolver em cálculos mirabolantes para descobrir o que pode ser feito para que certas coisas indesejáveis não ocorram. Voltando um pouco no tempo, não ficará difícil entendermos o porquê de em mega-eventos como o Rock in Rio ou o show dos Rolling stones em Copacabana não ter havido incidentes maiores do que os que se espera em um show de Rock, a saber, uma ou outra briga ou eventuais casos de etilismo agudo. A razão é muito simples: ali havia profissionais extremamente competentes, cujo sucesso e prestígio dependem sempre e fundamentalmente da máxima diminuição de todos os riscos. E é isso que os aventureiros que grassam por todos os setores de nossa sociedade ainda não aprenderam. Não sou necessariamente um pessimista, mas eu diria que a questão da responsabilização e da punição dos envolvidos neste episódio lamentável não vai dar em coisa alguma. A razão? É porque até mesmo os nossos três poderes(executivo, legislativo e judiciário) também estão minados por dentro pelos mesmos “três poderes”, já citados no início deste ensaio, que realizam o prodígio de destruir um país e não apenas uma boate num piscar de olhos. O que nós e o mundo vimos foi, em outras palavras, nada menos que o beijo de fogo da inconsequência(ou uma lambança completa, se preferirem).
Em tempo:
“Temos como imprudente aquele que, através de uma conduta, afasta-se do mínimo que a apropriada execução exige. O exemplo clássico de excesso de velocidade por motorista em noite chuvosa é extremamente ilustrativo(...) Ou seja, imprudente é aquele que faz quando não deveria fazer”.
“Configura-se a imperícia a partir do despreparo do agente em exercer determinada função onde conhecimentos técnicos são indispensáveis para o sucesso da atividade ou profissão. O leigo que exerce artes medicinais, culminando este proceder em prejuízo ou dano para alguém, demonstra-se como imperito. Ou seja, imperito é aquele que não sabe fazer”.
“Negligente demonstra-se o agente na prática de proceder, que revele e caracterize omissão, em prejuízo de uma atitude que deveria ser originalmente positiva. Em negligência incide, por exemplo, o enfermeiro que deveria realizar a troca diária de ataduras no ferido, e não o fazendo, agrava sua lesão(...)Ou seja, negligente é aquele que não faz quando tem que fazer”.
(Adaptado de: www.ufac.br/ensino/cursos/curso_direito/docs/ufac_artigo_e12.doc)
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
domingo, 24 de fevereiro de 2013
O fim do mundo II
Enganam-se aquelas pessoas que ainda conservam algum vestígio de bom gosto e que, ao ouvirem pela primeira vez(e última, se tiverem sorte) um funk pensam:“Chegamos ao fundo do poço”. Uma coisa que o tempo nos ensina é a não subestimarmos a capacidade humana de com frequência se rebaixar a níveis inferiores ao dos insetos e ir cada vez mais fundo nesta empreitada. E o pior...ainda sentir orgulho disso. A estas pessoas eu diria que não devem ser tão otimistas pois, com toda a certeza, coisas muito piores ainda estão por vir. Algo que honestamente não sei se me atormenta(me atormentaria bastante há algumas décadas)é pensar que o arsenal atômico de todos os países da Terra é capaz de desintegrar o nosso planeta umas 30 vezes. No entanto, vejo que milhares de guitarras não foram suficientes para mudar o mundo. E aqui vale um parêntese: eu digo "mudar o mundo", mas é no sentido de mudá-lo para melhor porque, para pior, sempre há, por exemplo, um idiota mal-nascido, travestido de carioca, armado de um equipamento de última geração e muito poucas sinapses, jogando nos ouvidos alheios o que, por uma óbvia questão de higiene, se joga na privada. Não satisfeito, junta-se em cima de um palco com mais algumas semi-analfabetas como ele mesmo, as quais, por evidente castigo, Deus brindou com uma bunda de dimensões inversamente proporcionais às do cérebro e uma indiscutível vocação para putas. E, no final, é isso: Não precisamos de asteróide algum para destruir o nosso planeta. Temos gente de sobra para fazê-lo.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Primeiro grau
- Porra, cara, como é que a gente veio parar aqui?
- Aqui onde?
- Cara, não lembra que estávamos lá no meio do campo de pelada quando aquela porra, sei lá o quê, desceu na nossa frente?
- Sei lá...vai ver que a gente saiu correndo e, no susto, nem lembra que correu.
- Viu a placa ali atrás?
- Não. O quê tem?
- Lê então e vê o nome da cidade onde nós viemos parar...
Ele virou-se e ficou branco como cêra.
- Meu Deus...isso não é possível...
(Jan Robba em "O livro das esquisitices")
- Aqui onde?
- Cara, não lembra que estávamos lá no meio do campo de pelada quando aquela porra, sei lá o quê, desceu na nossa frente?
- Sei lá...vai ver que a gente saiu correndo e, no susto, nem lembra que correu.
- Viu a placa ali atrás?
- Não. O quê tem?
- Lê então e vê o nome da cidade onde nós viemos parar...
Ele virou-se e ficou branco como cêra.
- Meu Deus...isso não é possível...
(Jan Robba em "O livro das esquisitices")
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Filosofando XXX
"A maior dificuldade de quem vai escrever e, pior ainda, está implicado com o que deixará escrito, está em decidir se vai escrever algo verdadeiro ou algo útil"
Jan Robba.
Jan Robba.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Uma estranha sêde
- Hoje eu vou te mostrar como é que se faz, e depois você não vai precisar nem de explicação.
Ele então se aproximou do primeiro homem que estava de pé com as mãos amarradas, e encostou o cano da pistola embaixo do queixo dele, apontando para cima. Apertou o gatilho e foi aquela chuva de sangue e miolos.
- Pronto. Agora é com você – disse ele ao novato, empurrando com o pé o corpo que então rolou para dentro do valão - Você vai ficar umas noites sem dormir e vai até perder a vontade de comer, mas com o tempo você acostuma. Toma – e entregou a pistola ao mais novo parceiro – atira com essa, que não tem erro.
- Pelo amor de Deus...eu tenho família – implorou o segundo homem, um agiota conhecido, chorando e já urinando pelas pernas abaixo – pelo amor de Deus...Quanto vocês querem?
O novato então se aproximou, colocou o cano da arma embaixo do queixo dele e foi tomado de um tremor quase incontrolável. Mas tinha que fazer aquilo, ou os outros ficariam para sempre com um pé atrás com ele ou, pior, dariam um jeito de ele "morrer no cumprimento do dever".
- Resolve logo essa porra. Mata logo esse filho da puta. Isso aqui é serviço pra homem e não pra mocinhas. Nós não temos a tarde toda.
Ele então apertou o gatilho e foi novamente aquela chuva de sangue e miolos. Vomitou o que havia e o que não havia em seu estômago.
Ficou vários dias sem comer e sem dormir direito. Resolveu experimentar um pouco do pó que o seu parceiro lhe oferecia de vez em quando. Sentiu que assim ficava mais fácil fazer o seu trabalho. Na farmácia havia uns tranquilizantes muito bons que qualquer policial podia comprar sem receita médica(e muitas vezes até sem pagar).
Passou-se um ano e pouco, e ele até estranhou por quê quase não conseguia mais lembrar daquele novato que ele fora. Agora, algumas(muitas delas) execuções mais tarde, não conseguiria mais comer ou dormir direito...se passasse muito tempo sem matar alguém...
(Jan Robba em: "O livro das esquisitices")
Ele então se aproximou do primeiro homem que estava de pé com as mãos amarradas, e encostou o cano da pistola embaixo do queixo dele, apontando para cima. Apertou o gatilho e foi aquela chuva de sangue e miolos.
- Pronto. Agora é com você – disse ele ao novato, empurrando com o pé o corpo que então rolou para dentro do valão - Você vai ficar umas noites sem dormir e vai até perder a vontade de comer, mas com o tempo você acostuma. Toma – e entregou a pistola ao mais novo parceiro – atira com essa, que não tem erro.
- Pelo amor de Deus...eu tenho família – implorou o segundo homem, um agiota conhecido, chorando e já urinando pelas pernas abaixo – pelo amor de Deus...Quanto vocês querem?
O novato então se aproximou, colocou o cano da arma embaixo do queixo dele e foi tomado de um tremor quase incontrolável. Mas tinha que fazer aquilo, ou os outros ficariam para sempre com um pé atrás com ele ou, pior, dariam um jeito de ele "morrer no cumprimento do dever".
- Resolve logo essa porra. Mata logo esse filho da puta. Isso aqui é serviço pra homem e não pra mocinhas. Nós não temos a tarde toda.
Ele então apertou o gatilho e foi novamente aquela chuva de sangue e miolos. Vomitou o que havia e o que não havia em seu estômago.
Ficou vários dias sem comer e sem dormir direito. Resolveu experimentar um pouco do pó que o seu parceiro lhe oferecia de vez em quando. Sentiu que assim ficava mais fácil fazer o seu trabalho. Na farmácia havia uns tranquilizantes muito bons que qualquer policial podia comprar sem receita médica(e muitas vezes até sem pagar).
Passou-se um ano e pouco, e ele até estranhou por quê quase não conseguia mais lembrar daquele novato que ele fora. Agora, algumas(muitas delas) execuções mais tarde, não conseguiria mais comer ou dormir direito...se passasse muito tempo sem matar alguém...
(Jan Robba em: "O livro das esquisitices")
sábado, 9 de fevereiro de 2013
Um erro fatal
- Filho da puta...- pensou ele, meio falando, enquanto caminhava pela rua, tomado por aquela confusão de sentimentos que inclui não só um enorme desânimo, mas também auto-piedade, revolta e o ódio que todo mundo sente quando é descoberto fazendo algo que sabe que não se deve fazer. Tudo começara uns dias antes, quando fora participar de um processo de seleção, a fim de conseguir um emprego no setor de vendas de uma multinacional famosa. Viera agora receber o resultado do teste psicológico e, assim que se sentou, o psicólogo lhe disse por cima dos óculos:
- Cá entre nós, isso que você fez não foi muito honesto...ou foi?
- Não entendi...O quê foi que eu fiz?
- O fato de todos os outros depois de você terem dado a mesma resposta ao teste refresca a sua memória?
Ele olhou para o chão e sentiu que havia se dado mal. Não sabia o que dizer.
- Mais uma coisa – continuou o psicólogo - você pensou que era esperto mas, se fosse esperto mesmo, teria ficado na sua. Eu mandei você olhar uma figura e escever o que viesse à sua cabeça. No final, eu disse que a sua resposta estava muito boa, mas você não sabe que testes desse tipo não têm resposta certa ou errada. Nisso, eu acabei conhecendo a sua integridade...sua capacidade de, de vez em quando, agir honestamente, entende? E você, quando abriu o bico lá fora, não só se reprovou neste quesito, como reprovou todos os outros.
Ele então olhou para o envelope de papel pardo em cima da mesa, olhou para fora da janela e finalmente olhou para o psicólogo com aquele olhar de quem fora repentinamente reduzido a dimensões sub-atômicas.
-E ainda mais uma coisa: o que você viu na figura, na realidade não interessa nem um pouco, como não me interessa nem um pouco a sua honestidade.
- Hum?
- O que me interessa mesmo não está no teste, mas nem você e nenhum outro podiam saber disso. Então, com relação à honestidade, pode ficar tranquilo porque, até hoje, muito poucas pessoas íntegras passaram por aqui. E tem mais: o dono desta empresa não deve ser muito mais honesto do que você. Talvez ele procure apenas pessoas ousadas, auto-confiantes e que sabem o que querem, e que no fim das contas utilizem os mesmos métodos que ele usou para subir na vida...E você sabe, nesse ramo muitas vezes a honestidade até atrapalha...
- ...
- Bem, o meu procedimento aqui é o seguinte: eu faço a avaliação dos candidatos e entrego a cada um o resultado dentro de um envelope lacrado e carimbado e eles devem, se quiserem, retornar à empresa e entregá-lo ao gerente de pessoal, que é quem dará a última palavra. Caso o lacre seja violado, o laudo perde toda a validade e o candidato é automaticamente reprovado.
O psicólogo então pegou o envelope e o entregou ao candidato, dizendo por fim:
-Pegue. Faça o que quiser com isto. Você não sabe o que está escrito aí dentro. Se tentar saber, perde a validade. A decisão de entregar ou não à empresa é por sua conta, pois a passagem até lá é você quem vai pagar...
E agora estava ele ali na rua, sem rumo e com aquele envelope na mão(e é nessas horas que as lixeiras estranhamente desaparecem). Por fim, pensou:
- Porra, já que eu estou fudido mesmo, pelo menos quero ver o que está escrito aí...
E então abriu o lacre e retirou o laudo, cuja conclusão dizia: “O candidato é considerado apto para exercer o cargo para o qual se propõe”.
Agora sim, ele acabara de cometer o erro fatal...
(Jan Robba em:”O livro das esquisitices”)
- Cá entre nós, isso que você fez não foi muito honesto...ou foi?
- Não entendi...O quê foi que eu fiz?
- O fato de todos os outros depois de você terem dado a mesma resposta ao teste refresca a sua memória?
Ele olhou para o chão e sentiu que havia se dado mal. Não sabia o que dizer.
- Mais uma coisa – continuou o psicólogo - você pensou que era esperto mas, se fosse esperto mesmo, teria ficado na sua. Eu mandei você olhar uma figura e escever o que viesse à sua cabeça. No final, eu disse que a sua resposta estava muito boa, mas você não sabe que testes desse tipo não têm resposta certa ou errada. Nisso, eu acabei conhecendo a sua integridade...sua capacidade de, de vez em quando, agir honestamente, entende? E você, quando abriu o bico lá fora, não só se reprovou neste quesito, como reprovou todos os outros.
Ele então olhou para o envelope de papel pardo em cima da mesa, olhou para fora da janela e finalmente olhou para o psicólogo com aquele olhar de quem fora repentinamente reduzido a dimensões sub-atômicas.
-E ainda mais uma coisa: o que você viu na figura, na realidade não interessa nem um pouco, como não me interessa nem um pouco a sua honestidade.
- Hum?
- O que me interessa mesmo não está no teste, mas nem você e nenhum outro podiam saber disso. Então, com relação à honestidade, pode ficar tranquilo porque, até hoje, muito poucas pessoas íntegras passaram por aqui. E tem mais: o dono desta empresa não deve ser muito mais honesto do que você. Talvez ele procure apenas pessoas ousadas, auto-confiantes e que sabem o que querem, e que no fim das contas utilizem os mesmos métodos que ele usou para subir na vida...E você sabe, nesse ramo muitas vezes a honestidade até atrapalha...
- ...
- Bem, o meu procedimento aqui é o seguinte: eu faço a avaliação dos candidatos e entrego a cada um o resultado dentro de um envelope lacrado e carimbado e eles devem, se quiserem, retornar à empresa e entregá-lo ao gerente de pessoal, que é quem dará a última palavra. Caso o lacre seja violado, o laudo perde toda a validade e o candidato é automaticamente reprovado.
O psicólogo então pegou o envelope e o entregou ao candidato, dizendo por fim:
-Pegue. Faça o que quiser com isto. Você não sabe o que está escrito aí dentro. Se tentar saber, perde a validade. A decisão de entregar ou não à empresa é por sua conta, pois a passagem até lá é você quem vai pagar...
E agora estava ele ali na rua, sem rumo e com aquele envelope na mão(e é nessas horas que as lixeiras estranhamente desaparecem). Por fim, pensou:
- Porra, já que eu estou fudido mesmo, pelo menos quero ver o que está escrito aí...
E então abriu o lacre e retirou o laudo, cuja conclusão dizia: “O candidato é considerado apto para exercer o cargo para o qual se propõe”.
Agora sim, ele acabara de cometer o erro fatal...
(Jan Robba em:”O livro das esquisitices”)
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Prontuário A/16.660
- Doutor, pode vir na emergência?
- É coisa muito séria?
Ela não conseguiu conter uns risinhos.
- É...sexo anal. Eles contaram uma história meio esquisita, mas tem todo o jeito de terem sido pegos em flagrante pelo marido e então ele deve ter apontado uma arma para os dois e colou os dois naquela posição com uma cola muito forte, acho que com o superbonder...o pênis do amante todo dentro ânus dela...E o pior é que é gente famosa...
- Só podia ser...A imprensa já chegou?
- Por enquanto, não...mas acho que não demoram não...
- Quanto, pra abafar?
(Jan Robba em: "O livro das esquisitices")
- É coisa muito séria?
Ela não conseguiu conter uns risinhos.
- É...sexo anal. Eles contaram uma história meio esquisita, mas tem todo o jeito de terem sido pegos em flagrante pelo marido e então ele deve ter apontado uma arma para os dois e colou os dois naquela posição com uma cola muito forte, acho que com o superbonder...o pênis do amante todo dentro ânus dela...E o pior é que é gente famosa...
- Só podia ser...A imprensa já chegou?
- Por enquanto, não...mas acho que não demoram não...
- Quanto, pra abafar?
(Jan Robba em: "O livro das esquisitices")
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Caso 5.897/06
-Nana, nenê...- e aqueles olhos vidrados na parede já não olhavam mais para este mundo -...que a cuca vem pegar...
O policial que arrombou a porta ficou paralisado. O outro vomitou ali mesmo.
- Cara, nunca vi uma porra dessas! Ei! Tá escutando?!
O primeiro, então, saiu para pegar um saco plástico. Voltou em seguida e, enquanto o seu parceiro tentava se recuperar, encostado na parede, retirou o corpinho já em avançado estado de decomposição dos braços da mãe, que continuava ali sentada. Do seio dela rolaram algumas larvas, que caíram sobre o seu vestido...
-Nana, nenê...-continuou ela -...que a Cuca vem pegar...
E aqueles olhos vidrados na parede já não olhavam mais para este mundo...
(Jan Robba em: "O livro das esquisitices")
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