quinta-feira, 19 de maio de 2011
Fanatismo
Quando se fala em fanatismo, vem-nos imediatamente ao pensamento a idéia de religião. E isto é perfeitamente natural, de uma vez que o fanatismo religioso é o que de mais visível e identificável temos dentro deste universo onde o mimetismo reina. Ora, devemos considerar que toda idéia se funda numa exclusão. Por exemplo, qualquer idéia que alguém abrace exclui automaticamente todas as outras. No entanto, há sempre uma abertura para um confronto com outras idéias , com a realidade(sendo esta, a meu ver, a pedra de toque) e com a experiência. O fanatismo não se abre a esta possibilidade: simplesmente exclui. Mas então surge uma outra questão cuja resposta pode ajudar a lançar luz sobre tudo isto: a verdade precisa de alguém que a defenda? Até onde sabemos, se uma idéia é verdadeira, ela é evidente por si só, e não é o esforço heróico de um ou muitos que a tornará mais verdadeira do que é, a não ser que assumamos que a verdade seja uma questão de consenso. No entanto, temos visto muitos que são capazes de matar e de morrer por aquilo que acreditam ser a verdade. Dito isto, resta apenas uma conclusão possível: todo fanático é um mentiroso, além é claro de um estúpido. Talvez por isto Jesus tenha se calado, quando inquirido por Pôncio Pilatos sobre o que é a verdade. Ele mesmo, de quem se diz que era a própria verdade, além de ser o caminho e a vida. Pelo menos alguns milagres ele realizava a fim de demonstrar suas verdades(embora pessoalmente eu ache que realizar milagres nada tem a ver com a verdade ou a falsidade de um enunciado). Ocorre que vivemos numa época de tanta pobreza de espírito, que aqueles que se dizem portadores da verdade apenas fazem multiplicar a violência no mundo, em vez de multiplicarem o pão. Mas se olharmos bem a história...
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