quarta-feira, 11 de maio de 2011

Titanic

"Nem Deus pode afundar este navio". Esta frase, que figura entre as mais célebres de todos os tempos, traduz bem o que era o positivismo e a crença no homem e na sua tecnologia em fins do século XIX e início do século XX. O Titanic, a maior e mais sofisticada obra da Engenharia Naval de sua época, lançou-se ao mar em sua viagem inaugural, de Southampton a Nova York, em 10 de Abril de 1912, para afundar três dias depois, resultando na morte de 1523 pessoas...
Consta que, caso dessem a devida atenção aos avisos de outras embarcações sobre a presença de icebergs no mar, e caso moderassem com o excesso de confiança, a tragédia poderia ter sido evitada.
A história tem grandes lições a nos ensinar, mas depende de nós aprendermos com ela ou não. Hoje, quase cem anos depois desta tragédia, nossos tecnocratas e governantes, junto com uma expressiva parcela da população mundial ainda sofrem destes dois flagelos: desleixo e excesso de confiança. Isto significa quase cem anos de obsolescência da mentalidade ocidental...
Lembro muito bem de, no segundo ano do curso Ginasial, em 1973, ter tido o primeiro contato com a recém saída do forno Ecologia e, de lá para cá, cientistas e técnicos têm sistematicamente alertado sobre problemas bastante sérios para toda a humanidade, caso não se pusesse um termo nesta destruição desenfreada do meio-ambiente. E lá se vão 40 anos...Tenho a esperança de que a humanidade acorde e aja a respeito, sob pena de ter que dormir para sempre.
A história da tragédia do Titanic, na qualidade de metáfora, é também deveras interessante e pode servir(por quê não?)como uma advertência: continua o barco da humanidade seguindo o seu rumo a todo o vapor, ciente mas indiferente ao provável destino que o espera. "Nem Deus pode afundar este navio...". É o que veremos...mas, no momento crucial, sabemos que, tal qual no Titanic, os primeiros a entrarem nos botes salva-vidas serão os da primeira classe...

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